Segunda, 22 de Novembro de 2010

Saúde quer ampliar parceria com faculdades

Representantes de professores e alunos de 20 instituições de ensino superior de Curitiba participaram, nesta sexta-feira (19), no Sesc da Esquina, do encontro promovido pelo Centro de Saúde Ambiental da Secretaria Municipal da Saúde para avaliar o primeiro ano da Lei Antifumo, que entrou em vigor em 19 de novembro de 2009, e as novas alternativas de mobilização social passíveis de serem adotadas no setor para diminuir a dependência do tabaco entre os jovens.

A secretária municipal da Saúde, Eliane Chomatas, e o vereador Tico Kuzma, autor do projeto da Lei Antifumo, abriram o evento. A Secretária lembrou quer, bem antes de a norma entrar em vigor, a Prefeitura preparou a sociedade e deu o exemplo ao começar a praticá-la em suas dependências 45 dias antes da sua vigência.

Eliane disse que nesses 12 meses vem fiscalizando o cumprimento da lei e orientando a população – o que continuará fazendo parte da rotina da Vigilância Sanitária. “O sentido da Lei Antifumo foi entendido pela população, que pode e deve se beneficiar das vantagens dos ambientes livres de cigarro. “Os adolescentes e os jovens são a base desse trabalho, daí a importância de conversar sobre o assunto com seus representantes e dos seus professores prosseguir nessa parceria que se mostrou muito bem-sucedida nesse primeiro ano”, resumiu Eliane.

Segundo a pesquisa telefônica Vigitel 2009, feita pelo Ministério da Saúde por meio de 2.014 entrevistas com moradores da cidade, 19,3% dos curitibanos declararam fumar. Com isso Curitiba é a terceira capital no ranking nacional, precedida por Porto Alegre e Florianópolis. Já a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense) informa que 35% dos estudantes entre 13 e 15 anos das redes pública e particular de ensino de Curitiba ouvidos na amostra já experimentaram cigarro.

Para o vice-reitor da Universidade Federal do Paraná, Rogério Mulinari, investir em estratégias de prevenção ao fumo entre os “calouros” – os estudantes que acabam de ingressar no ensino superior – pode ser uma forma eficiente para reduzir o número de fumantes e o impacto do hábito de fumar entre os jovens.

"Superamos com sucesso a primeira fase da implantação da lei, que foi o momento de restrição do fumo além das unidades de saúde, onde ele já era proibido, e agora devemos nos ocupar da fase educativa entre os alunos a partir do momento em que eles chegam à universidade”, disse Mulinari.

Estudante do 4º período de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e não-fumante, Rafael Ravazzani também participou do encontro promovido pela Secretaria Municipal da Saúde. Ele disse que o ar no campus ficou mais limpo porque os colegas fumantes tiveram de procurar áreas distantes dos ambientes fechados para fumar. “Nem todos pararam de fumar, mas pelo menos eles não incomodam mais quem não fuma”, opina.