Quinta, 17 de Março de 2011

Metrô curitibano - Impacto ambiental das obras será mínimo

Cerca de 200 pessoas lotaram o auditório do Centro de Capacitação da Secretaria Municipal da Educação, na noite desta terça-feira (16), para acompanhar a audiência pública para o licenciamento prévio ambiental da Linha Azul do metrô de Curitiba.

A bióloga Gisele Cristina Sessegolo, da empresa Ecossistema Consultoria Ambiental, contratada para elaborar o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) das obras do metrô, apresentou os estudos referentes às fases de planejamento, implantação e operação da Linha Azul.

“O metrô não vai afetar parques nem áreas verdes", disse Gisele. A bióloga explicou que os maiores impactos serão sentidos na fase de implantação, mas que todos poderão ser atenuados. Foram considerados os impactos nos meios físico, biológico, arqueológico e socioeconômico da obra e as medidas compensatórias previstas. Pelo fato de o traçado do metrô curitibano ser no eixo das canaletas exclusivas, já urbanizado, os impactos ambientais são mínimos.

Ainda nesta fase, acrescentou a bióloga, o benefício significativo será a geração de 2.100 empregos diretos com a possibilidade da absorção da mão-de-obra local. "Na fase de operação, a obra trará benefícios como a redução da poluição e ruídos, melhoria da qualidade do transporte, oferta de área de lazer e áreas verdes no eixo por onde hoje circulam os ônibus".

Os recursos previstos na compensação ambiental pelas obras do metrô são da ordem de R$ 69 milhões, a serem aplicados nos parques de Curitiba como medida compensatória prevista na legislação.

O presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Cléver de Almeida, destacou que o projeto da Linha Azul está alinhado ao Plano Diretor, atendendo aos requisitos de melhoria da mobilidade urbana, priorização do transporte público e demanda.

“A Linha Azul também atende as premissas de ter tarifa única, ser integrada à RIT e ter poder de atratividade. Além disso, o fato de estar na estrutural reduz custos, uma vez que não são necessárias desapropriações”, afirmou Cléver.

A audiência pública atende duas resoluções do Conama: 01/86, que determina a necessidade de estudo de impacto ambiental, e 09/87, que estabelece a forma de realização das audiências públicas. A audiência foi convocada em 22 de fevereiro com edital publicado nos jornais de grande circulação da cidade.

Revitalização

O vice-presidente da Fecomércio, Paulo César Nauiack, considera que a Linha Azul irá revitalizar áreas hoje subutilizadas. “A implantação do metrô vai revitalizar o eixo de transporte, valorizar os imóveis e criar áreas de lazer para o uso integrado pela sociedade. Será uma revitalização que irá movimentar a economia e o comércio na região.

Na opinião do vice-presidente da Federação das Indústrias do estado do Paraná (Fiep), Hélio Bampi, a obra irá beneficiar a sociedade curitibana e os moradores da Região Metropolitana. “O metrô melhora a mobilidade, diminui o tempo de viagem e racionaliza o trânsito”, completou.

Para o vereador Jair Cézar, o metrô chega em boa hora. “É um sistema que toda cidade de grande porte precisa ter. Temos boas perspectivas de poder contar com o metrô nos próximos 10 anos. O impacto ambiental das obras será pequeno, tolerável. A compensação será rápida com o funcionamento da Linha Azul e a sua integração com a RIT”, disse.

Obras

Na Linha Azul, serão duas fases de obras . A primeira etapa tem 14,2 quilômetros entre a estação CIC-Sul, próximo a Ceasa, e a Rua das Flores, no centro da cidade (percorrendo 13 estações). O projeto está orçado em R$ 2,25 bilhões. O custo total da Linha Azul, em todo o seu percurso, é estimado em R$ 3,25 bilhões.

A Linha Azul terá 22,4 quilômetros em toda a sua extensão, desde o Terminal CIC Sul (no cruzamento do Contorno Sul com a BR 116) ao Terminal Santa Cândida, no Norte da cidade. Serão 21 estações para veículos compostos por cinco carros e capacidade para 1.450 passageiros.